Um intercâmbio médico entre Lucas do Rio Verde e a Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, está rendendo frutos concretos para a saúde pública do município. Nesta semana, o Hospital São Lucas está recebendo um grupo de quatro médicas norte-americanas que participam de um projeto de cooperação internacional voltado à capacitação profissional, troca de experiências e realização de cirurgias minimamente invasivas pelo SUS.

A ação é fruto de uma parceria iniciada há dois anos entre o Hospital São Lucas, a Universidade de Iowa e a empresa luverdense FS, que vem apoiando o projeto com recursos e logística. Segundo a diretora executiva do hospital, Gabriela Refatti, a atual etapa marca um avanço significativo no atendimento à população. “Graças à doação da FS, adquirimos equipamentos para cirurgias videolaparoscópicas, montamos a sala cirúrgica e, agora, estamos plenamente aptos a realizar esses procedimentos. É um salto de qualidade no cuidado com nossas pacientes”, afirmou.

Durante a semana, o hospital realiza um mutirão de 15 cirurgias de laqueadura por vídeo, uma técnica que, até então, não era oferecida na rede pública local. “Essas cirurgias costumavam ser feitas por método aberto. Agora, com a tecnologia minimamente invasiva, garantimos menor tempo de internação, menos riscos e uma recuperação muito mais rápida para as pacientes”, explicou Gabriela.

A iniciativa também foi celebrada pela secretária municipal de Saúde, Fernanda Heldt Ventura, que acompanhou a visita da equipe médica. “É uma parceria inédita e transformadora. As médicas estão impressionadas com a estrutura do hospital, com a qualidade do atendimento, e destacaram inclusive a força do SUS — um sistema que, diferente do que existe nos Estados Unidos, garante acesso universal à saúde”, disse.

De fato, a médica-chefe da missão norte-americana, Mary Becker Rysavy, se mostrou entusiasmada com o que viu. “O hospital é excelente, os equipamentos são modernos e a estrutura é de alto nível. A diferença do sistema de saúde aqui é muito interessante. Vocês têm um modelo nacional que oferece cuidados mesmo para quem não tem plano de saúde. Nos EUA, isso não existe de forma unificada”, afirmou. Segundo ela, a troca de experiências está sendo rica para os dois lados. “Nós aprendemos muito aqui também.”

Gabriela Refatti atuou como intérprete durante as visitas e reforçou que a Universidade de Iowa é uma instituição de referência em saúde acadêmica nos Estados Unidos. “É o maior centro de saúde do estado de Iowa e um dos principais hospitais de ensino do país. Receber profissionais formados lá é uma honra e uma oportunidade valiosa para nossos profissionais”, disse.

Além das cirurgias, a estadia das médicas norte-americanas incluiu visitas a unidades de saúde do SUS e treinamentos com a equipe do Hospital São Lucas. A parceria deve seguir nos próximos anos, com novos projetos sendo submetidos à universidade americana. “Trabalharemos para dar continuidade a essa cooperação. Quem ganha com isso é a população de Lucas”, afirmou Gabriela.

A colaboração internacional só foi possível graças ao envolvimento da iniciativa privada. “É fundamental que empresas tenham esse olhar para a saúde, como fez a FS ao patrocinar os equipamentos e viabilizar o intercâmbio. A melhoria da assistência passa por esse tipo de visão colaborativa”, concluiu.

A equipe de Iowa também se mostrou encantada com Lucas do Rio Verde. “É uma cidade linda, com pessoas acolhedoras e um potencial enorme”, elogiou Mary Rechave. Para os gestores locais, esse intercâmbio reafirma que, mesmo com apenas 40 anos de história, Lucas já se consolida como referência em saúde pública e inovação na região.