O projeto “Conhecendo Melhor a Cultura Afrodescendente”, desenvolvido pela Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) Armando Dias, localizada no bairro Jardim Boa Esperança, foi selecionado pelo Ministério da Educação (MEC) para receber o prêmio Selo Petronilha de Educação para as relações Étnico-Raciais. O selo será entregue ao município, em cerimônia a ser realizada no dia 06 de agosto, em Brasília, no MEC.
"Escolhemos investir, valorizar e transformar a educação. Receber o Selo Petronilha do MEC é o reconhecimento desse compromisso, uma conquista que reforça que estamos no caminho certo. Isso só é possível graças à força de um time comprometido com uma educação pública mais inclusiva, antirracista e de transformação”, comemorou o prefeito Roberto Dorner.
O projeto desenvolvido na unidade escolar de Sinop, desde 2008, e coordenado pela Professora Maria Salete Pereira da Silva, tem como objetivo abordar o processo de Ensino da História da África e da Cultura Afro-Brasileira, dando ênfase a importância dessa cultura na sociedade sinopense, bem como difundir o respeito aos negros e sua rica cultura, conforme preconiza a Lei Federal 11.645 de 2008.
“Dentro do projeto são elaboradas atividades que visam combater o racismo, desmitificando preconceitos nos espaços escolares e valorizando as diferenças raciais, permitindo com que os alunos percebam que a cultura afro-brasileira é o berço de muitas histórias e da importância da sua perpetuação”, disse ela.
A partir de 2024 a unidade incorporou, também, o Projeto de Formação Continuada pela Escola, que integra quatro encontros formativos em parceria com a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), com a temática “O ensino da temática indígena na sala de aula e a percepção dos professores sobre a lei 11.645/08”.
“Num desses encontros foi oportunizado a presença do povo Ikpeng, no qual os convidados se apresentaram e contribuíram contando como é a vida nas aldeias e na cidade. Foi um momento de muito conhecimento em que se pôde aprender um pouco mais a respeito de um povo e que muitas vezes, é estereotipado, mas com saberes necessários de ter maior visibilidade”, comentou Maria.
O projeto receberá, além do selo, um incentivo financeiro no valor de R$ 200 mil por meio do Plano de Ações Articuladas (PAR). O valor deverá ser utilizado para continuidade e/ou aprimoramento das ações selecionadas, com ações de manutenção, fortalecimento, sistematização e disseminação das ações propostas.
Selo
O Selo Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva de Educação para as Relações Étnico-Raciais tem como objetivo reconhecer e valorizar, por meio de um selo de reconhecimento, as secretarias de educação que se destacam por políticas, programas ou ações voltadas à formação de profissionais da educação para a implementação da Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. A iniciativa visa promover a equidade racial na educação, valorizando as redes de ensino que realizam ações para a promoção da equidade racial, da educação para as relações étnico-raciais e da educação escolar quilombola.
A iniciativa faz parte da Política Nacional de Equidade, Educação para as Relações Étnico-Raciais e Educação Escolar Quilombola (Pneerq) e premia ações relacionadas à Educação para as Relações Étnicos-Raciais (Erer). Só entram para essa disputa coordenada pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), projetos que promovam uma educação comprometida com a equidade racial, a valorização das histórias e das culturas afro-brasileiras e quilombolas, bem como a construção de práticas pedagógicas antirracistas em seus territórios.